A METAMORFOSE DAS PLANTAS, J. W. von GOETHE
Título: A Metamorfose das Plantas
Autor: Johann Wolfgang von Goethe
Tradução, posfácio, notas e apêndices: Maria Filomena Molder
Originalmente publicado no ano de 1993 pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
Edição revista e melhorada.
Imagem na capa retirada de Urformen Der Kunst: Photographische Pflanzenbilder, Karl Blossfeldt, Verlag Ernst Wasmuth A.G. Berlin, 1929
Revisão: Mariana Pinto dos Santos
Design e paginação: Rui Miguel Ribeiro
1a edição nas Edições do Saguão, Junho de 2022
Tiragem 1000 exemplares
ISBN: 978-989-53291-4-4
Sexto título da colecção SAGAZ
SAGUÃO, 24
«O ensaio sobre a metamorfose das plantas é uma obra cuja trama se constrói sobre as inúmeras observações realizadas por Goethe em torno do crescimento das plantas, apontando para a determinação das leis da sua formação e transformação. Esse propósito é concretizado pelo dar conta das constâncias visíveis nesse crescimento, expressas na dinâmica expansiva e contractiva que caracteriza o espaço do próprio crescimento, dotando-o de uma figura identificável.
Dos seus parágrafos é necessário reter, em primeiro lugar, que a reprodução (a produção do semelhante) é o alvo, o grande objectivo do processo de crescimento […]; na base desta ordenação temporal sucessiva encontram-se dois grandes ritmos polares: o de contracção e o de expansão. Deparamos aqui com uma das versões do tema da economia da natureza integrada em questões de constituição de uma teoria morfológica. […]
Em segundo lugar, concluímos que o processo de crescimento e o processo de reprodução levam ao reconhecimento da sua mais rigorosa afinidade. Descobrir o muito no um, chegar a ver o um no muito, toma figura concreta no estudo dos ‘objectos naturais’ (como J.-J. Rousseau chamava às plantas), convertendo o reino vegetal, sob a ideia da metamorfose, no modelo preferencial do projecto morfológico de Goethe. […] É este jogo constante entre a economia das forças, dos princípios formativos, e a variedade e policromia das formas concretas que a compreensão da metamorfose põe sempre a descoberto: a primeira experiência da manifestação é a da variedade, a experiência da miríade das formas, da plenitude do que há. Ser-se apanhado por esta exuberância desencadeia a procura da unidade, do princípio que expõe a afinidade das múltiplas formações, ao mesmo tempo que é já seu sinal, trazendo à luz um parentesco muitas vezes oculto. Por isso a observação atenta, a concentração nas passagens, nas fases de transição, é tão decisiva em A Metamorfose das Plantas (e é, aliás, uma constante nos grandes textos teóricos de Goethe).» — Maria Filomena Molder