Conhecida pela persistente interrogação sobre a literatura, Silvina Rodrigues Lopes apresenta-nos agora um conjunto de ensaios onde a tonalidade política é bastante mais vincada.
Durante muitos anos professora de teoria de literatura na Universidade Nova de Lisboa, Silvina Rodrigues Lopes é um dos mais bem escondidos segredos da academia portuguesa. O país, como se sabe, é fraco de pensamento, sem tradição filosófica, sem filósofos – não conta, claro, o estrago que uma clique de lunáticos que se autointitula “filosofia portuguesa” tenta fazer a certos poetas e prosadores. Os poucos filósofos que existem (Filomena Molder, José Gil, Bragança de Miranda ... Ler mais
Porquê e para que escreve um escritor? Muitos fá-lo-ão para serem publicados, outros para tentarem sê-lo, outros ainda para dar corpo ao canto latente das revoltas, capazes de inflamar corações e almas através do golpe afiado das palavras que lançam ao Mundo. Nenhuma destas foi a motivação de Emily Dickinson, primeira filha de uma família puritana e senhora de uma vida tão isolada do mundo como a vila de Amherst onde nasceu em 1830, na região do Massachusetts.
O que levou então aquela que, hoje, é considerada uma das mais proeminentes poetas de língua inglesa a produzir incansável e laboriosamente ... Ler mais
Acaba de ser reeditado “O Absoluto que pertence à Terra”, uma leitura de Hermann Broch em que Filomena Molder permanece profundamente inactual, reclamando-se da sua condição de herdeira numa época pouco dada a herdar o que quer que seja.
O cenário filosófico em Portugal é deprimente. À excepção de uma ou outra ilha de interesse, o resto é história da filosofia, com maior ou menor pertinência, um conjunto de seres obscuros que nos tentam vender uma espécie de nacionalismo filosófico esclerosado e uma universidade virada sobre si mesma – o mundo poderia desaparecer que iriam continuar a surgir teses sobre ... Ler mais